CARTA DA 28ª BIENAL DE SÃO PAULO
número 1
1º de fevereiro de 2008
Considerando o caráter analítico e reflexivo que propõe o projeto da 28ª Bienal de São Paulo, damos início a uma série de estratégias que visam informar sobre o desenvolvimento dos trabalhos para a próxima bienal, assim como abrir canais de comunicação com a comunidade em torno da Fundação e do seu projeto cultural. Dentre elas estão as publicações previstas no projeto inicial (guia e catálogo da exposição, memória crítica da Bienal de São Paulo e conferências), o Projeto História Oral (entrevistas, depoimentos e mesas redondas) e o website, que esperamos abrir ao público no fi nal do mês de abril. A Carta da 28ª Bienal de São Paulo é uma espécie de house organ, com circulação restrita aos conselheiros e diretores da Bienal, e que pretende ser um canal de troca e de contato efetivo e aberto entre essas instâncias e a curadoria. Todos os meses, a Carta trará informações privilegiadas sobre o andamento dos trabalhos preparatórios da 28ª Bienal de São Paulo como artistas visitantes e seus projetos para a exposição, o desenvolvimento dos programas educativos, coletas de documentos, colaborações recebidas de órgãos ofi ciais, agências governamentais e patrocinadores, visitas, promoções do projeto e da instituição. Esperamos com isso criar condições para a participação de todos no processo de construção da próxima Bienal de São Paulo.
Ivo Mesquita
Curador 28BSP
Artistas começam a trabalhar Entre os dias 15 e 30 de janeiro, esteve, em São Paulo o primeiro grupo de artistas convidados para a 28BSP. Vieram conhecer o Pavilhão Ciccilo Matarazzo e o Arquivo Histórico Wanda Svevo, reunir-se com os curadores, e dar início aos projetos a serem desenvolvidos na 28BSP. São eles:
Alexander Pilis (Rio de Janeiro, 1954) vive e trabalha atualmente em Barcelona, onde leciona nas Universidades Politécnica de Catalunya e Pompeu Favra. Seus projetos tomam como ponto de partida o conceito de “Architecture Parallax”, e desde 1984 trabalha com a fundação sem fi ns lucrativos Archimemoria, onde vem desenvolvendo colaborações e pesquisas entre arquitetura, ciência e arte. Já participou como artista convidado das XIX e 25ª Bienal de São Paulo. Construindo uma poética através de intervenções em objetos de uso cotidiano, Gabriel Sierra (San Juan Nepomuceno, Colômbia, 1975) posiciona sua produção entre a arte e o design, repensando e transformando os diferentes usos destes objetos. Entre suas inúmeras criações, se destaca a série de móveis e estruturas expositivas criadas no ano de 2007, para armazenar e expor o arquivo permanente, e em constante expansão, da Casa del Encuentro, em Medellín, Colômbia, centro de arte criado como parte do projeto Encuentro Internacional de Medellín 07. Goldin + Senneby (Simon Goldin, Estocolmo, 1981 e Jakob Senneby, Estocolmo, 1971) trabalham colaborativamente desde 2004, e têm sua pesquisa focada na imaterialização da sociedade contemporânea e na virtualização do trabalho e da economia. Esta será a primeira vez que participarão da Bienal de São Paulo.
Peter Friedl (Oberneukirchen, Áustria, 1960) desenvolve projetos em espaços públicos e para locais específi cos. Sua produção pode ser apresentada em vídeo, fotografi as, desenhos, instalações e publicações, e entre os principais temas de seu trabalho, encontrase a representação da infância na sociedade contemporânea, como na série de fotos em desenvolvimento, Playgrounds, na qual o artista fotografa diversos espaços de lazer infantil em diferentes cidades do mundo, e apresenta as imagens captadas em formato de slide show. Já realizou projetos em Johannesburgo, África do Sul, documenta X e documenta 12 em Kassel, Alemanha, além de uma publicação em 2007 sobre o Edifício Copan em São Paulo, depois de um período em residência na cidade como parte do programa São Paulo S.A.: práticas estéticas, sociais e políticas em debate, exo experimental org.
Valeska Soares (Belo Horizonte, Brasil, 1957) vive e trabalha em Nova York, EUA. Sua produção combina elementos do minimalismo com o barroco, tomando como ponto de partida o universo pessoal da artista. Suas instalações exploram os diferentes sentidos como a visão e o olfato, além da percepçãBIENAL DE SÃO PAULO NÚMERO 1 1º DE FEVEREIRO DE 2008 P. 2do próprio corpo no espaço. Entre os materiais de uso recorrente nos seus trabalhos estão perfumes, cera, fl ores, espelhos e livros. Já participou como artista convidada das XXII e XXIV Bienal de São Paulo. O coletivo de artistas assume vivid astro focus, ou a.v.a.f., liderado pelo brasileiro Eli Sudbrack (Rio de Janeiro, Brasil, 1968) radicado em Nova York, EUA, se apropria de elementos da cultura pop e da história da arte para desenvolver projetos site specifi c e multimídias, coloridos e multi-sensoriais, envolvendo desenhos, projeções, música, instalações, papéis de parede, performances e construções. Todo o repertório visual do grupo deriva de uma estética afi rmativa do prazer e da celebração, convidando o espectador a tomar parte no espetáculo.
Rivane Neuenschwander (Belo Horizonte, Brasil, 1967) vive e trabalha em Belo Horizonte, e participa de importantes mostras de arte no mundo todo. Foi artista convidada na Bienal de Veneza em 2003 e 2005, e expôs individualmente no Palais de Tokyo em 2003. Seu trabalho revela as possíveis surpresas da vida cotidiana presentes em objetos triviais; não se restringindo a um material ou forma específi cos, abrangendo formigas e máquinas de escrever. Participou da XXIV Bienal de São Paulo. A curadoria espera poder anunciar todos os artistas convidados, assim como a estrutura dos eventos da 28BSP até o fi nal de fevereiro, na Carta da 28ª Bienal de São Paulo II.
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